segurança Zero Trust mostrando acessos de usuários e dispositivos IIoT em rede industrial

A transformação digital da indústria vem sendo impulsionada por tecnologias como Internet das Coisas Industrial (IIoT), computação em nuvem, automação e integração entre TI e OT. Embora essas mudanças tragam grandes ganhos operacionais, também ampliam consideravelmente a superfície de ataque cibernético. Nesse novo cenário, o modelo Zero Trust se tornou uma abordagem fundamental para proteger infraestruturas críticas com confiabilidade e escalabilidade.

Neste artigo, exploramos como o Zero Trust pode ser aplicado em ambientes industriais e cloud, quais os benefícios, desafios e como empresas com atuação em engenharia, segurança da informação e infraestrutura – como a NetService – podem liderar essa transição.

O que é o modelo Zero Trust?

Zero Trust é uma abordagem de segurança baseada no princípio de que nenhum usuário ou dispositivo deve ser automaticamente confiável, mesmo que esteja dentro do perímetro da rede corporativa. A estratégia exige autenticação contínua, controle de acesso granular, segmentação de rede e monitoramento constante.

Os pilares do Zero Trust incluem:

  • Verificação contínua de identidade e dispositivos
  • Política de menor privilégio (least privilege)
  • Microsegmentação de redes
  • Monitoramento de comportamento e anomalias
  • Adoção de políticas baseadas em contexto

Por que aplicar Zero Trust em ambientes industriais?

Em ambientes industriais, os sistemas OT (Operational Technology) são responsáveis por controlar processos físicos, como linhas de produção, válvulas, sensores e equipamentos críticos. Com a digitalização, esses sistemas passaram a ser integrados a redes de TI e, em muitos casos, à nuvem, formando um ecossistema mais interconectado – e vulnerável.

Segundo o relatório IBM X-Force Threat Intelligence Index 2024, a indústria foi o setor mais atacado do mundo pelo segundo ano consecutivo, concentrando 36% dos incidentes mapeados globalmente. Isso se deve, em parte, à falta de visibilidade em redes OT, sistemas legados sem atualizações e à adoção de novas tecnologias sem estratégias claras de segurança.

Principais desafios de segurança OT e cloud

A aplicação do modelo Zero Trust em ambientes industriais encontra desafios específicos:

1. Sistemas legados

Muitos dispositivos industriais operam há anos sem atualizações, não possuem suporte a autenticação moderna ou criptografia, tornando difícil aplicar políticas de segurança convencionais.

2. Protocolos proprietários

A comunicação entre ativos OT utiliza protocolos como Modbus, OPC UA, DNP3, que nem sempre são compatíveis com soluções tradicionais de segurança.

3. Conectividade direta com a nuvem

A integração de sensores IIoT com plataformas cloud pode expor dados e comandos sensíveis se não houver autenticação forte e segmentação de rede.

4. Falta de visibilidade

É comum que gestores de segurança não tenham controle sobre todos os ativos conectados, dificultando a criação de políticas baseadas em contexto.

Como o Zero Trust protege ambientes industriais?

O modelo Zero Trust é capaz de resolver esses desafios por meio de ações práticas e tecnológicas:

Autenticação contínua

Dispositivos e usuários devem ser autenticados sempre que tentam acessar recursos da rede, com múltiplos fatores (MFA), certificados digitais ou chaves seguras.

Microsegmentação

Dividir a rede OT em “zonas seguras” evita que um ataque em um setor (como controle de temperatura) se espalhe para o restante da operação (como controle de qualidade ou robôs industriais).

Monitoramento contínuo

Soluções de SOC industrial analisam padrões de tráfego e comportamento de dispositivos. Anomalias são detectadas em tempo real, como comunicação incomum entre PLCs.

⚙️ Políticas de acesso dinâmicas

Permissões são atribuídas com base em função, localização, horário, tipo de dispositivo e nível de risco.

Proteção contra movimento lateral

Mesmo que um invasor acesse a rede, ele encontra barreiras internas que impedem o avanço para áreas sensíveis – algo que firewalls tradicionais não garantem.

Arquitetura de referência em Zero Trust Industrial

A implementação prática pode ser dividida em 4 camadas:

  1. Identity Plane: controle de identidade de usuários, máquinas e dispositivos.
  2. Policy Plane: definição de regras de acesso, privilégios e zonas de segurança.
  3. Control Plane: aplicação das regras via proxies, firewalls industriais, NACs.
  4. Data Plane: camadas onde os dados trafegam (SCADA, HMI, sensores IIoT).

Essa estrutura pode ser implementada em paralelo às tecnologias já existentes, sem a necessidade de uma reformulação completa da infraestrutura.

Estudo de mercado: o crescimento do Zero Trust

De acordo com a Gartner, até 2027, 50% das empresas industriais terão adotado pelo menos um componente de arquitetura Zero Trust para ambientes OT/IIoT. O mercado de cibersegurança industrial deve atingir US$ 22,3 bilhões até 2028, segundo a Markets and Markets, com taxa de crescimento anual de 7,5%.

No Brasil, a ANPD já orienta que ambientes críticos devem considerar práticas como segmentação, gestão de ativos e controle de identidade, alinhadas ao modelo Zero Trust.

O papel da NetService nessa transformação

A NetService é especialista na integração de TI, engenharia e segurança. Isso a posiciona como parceira ideal para aplicar o Zero Trust em ambientes industriais e híbridos.

As soluções da empresa permitem:

  • Segregar ambientes TI e OT com projetos de redes industriais
  • Instalar firewalls industriais, NACs e autenticação robusta
  • Implementar monitoramento contínuo com SOC especializado
  • Gerenciar ativos e vulnerabilidades com alta visibilidade
  • Realizar consultoria e execução completa

Com 30 anos de mercado, a NetService alia experiência, certificações e presença nacional para entregar soluções escaláveis, seguras e adaptadas à realidade do cliente.

Tendências futuras

  • Confiança contínua adaptativa: políticas que se ajustam automaticamente conforme o risco percebido em tempo real.
  • Inteligência Artificial na detecção de anomalias: aprendizado contínuo com padrões OT.
  • Conformidade com normas internacionais: como IEC 62443 (segurança industrial) e NIST SP 800-207 (Zero Trust Architecture).
  • Edge computing com segurança embarcada: dispositivos na ponta da rede processando dados com proteção local.

Conclusão

A transformação digital exige mais do que conectividade, ela exige confiança digital. O modelo Zero Trust é o caminho para proteger ambientes industriais e cloud com inteligência, controle e resiliência.

Para empresas que atuam com automação, IIoT, infraestrutura crítica e projetos integrados, o Zero Trust não é uma tendência – é um requisito estratégico.

Com sua experiência em segurança, engenharia e serviços gerenciados, a NetService está pronta para liderar essa jornada.